"Tão doce, tão quente e acolhedor foi teu abraço naquela tarde.
Meus sonhos, minha esperança, estavam abaladas, mas teu abraço me confortou e me conforta até agora, só de lembrar, começo a senti-lo, não como foi, mas uma leve sensação do que foi. Precisava provar do teu abraço de novo, pra sentir aquela sensação de novo, a sensação de conforto, de segurança. Foram poucos segundos que estive em teus braços, mas que foram os mais intensos e um dos mais lindos de toda a minha vida.
Poucos braços e abraços me fizeram ter a sensação de 'porto seguro'. O seu é assim, porto seguro, mas não estou segura. Não posso sentir isso por ti, não posso te querer assim, é errado, é pecado.
Por que não me declarei antes? Por que não disse o quanto te amava antes que você se casasse e fosse pai? Por que deixei você sair assim da minha vida sem nem sequer entrar de fato?
Te amei calada, sufoquei meu amor tão belo e tão sincero.
Mas sabe por quê? Porque eu sentia que não era recíproco. É, e eu sempre senti errado ou tão certo que doía e me entristecia.
E o que eu sentia era que você não me amava, me ignorava.
Mas agora você demonstra um interesse novo, um respeito, uma admiração e preocupação especiais por mim. Isso me alegra, e me amedronta. Não quero alimentar uma falsa esperança. Não quero despertar um amor que estava desacordado dentro da minha alma. Mas não adianta mais, não adianta falar baixinho que eu te amo, o amor, que estava desacordado, já despertou. E sabe quem foi o culpado? Aquele abraço...
Ah, eu poderia ter ficado ali pelo resto da minha vida.
Mas a consciência me lembrou: ele é casado, se afaste dele. Tudo bem que você não está fazendo nada demais, ele é seu amigo, apenas, só quer te apoiar nesse momento difícil, mas, levando em conta o que você tem aí dentro da alma - um grande amor por ele - é melhor que se afaste, antes que esse amor que você sentiu e ainda sente se acorde realmente e te tire a lucidez.
Então, eu me desvencilhei do seu abraço tão terno, deixei que ele se fizesse eterno em meu pensamento, em minha alma.
Sei que não te terei. E é por ter essa certeza que estou indo embora. Não quero mais te ver. Te ver só faz que eu te queira. E eu não posso te querer. Na verdade, eu queria morrer, morrer só pra não te querer, pra não cometer esse pecado, que é pensar em ti noite e dia.
Queria te esquecer...
Ah, eu queria...
Até pensei que tivesse esquecido. Mas aquele abraço acordou tudo que estava desacordado em mim: o amor, a paixão, a ilusão e a loucura.
Hoje, me vejo te amando, me vejo louca, sem rumo, o único caminho que vejo, ou que quero ver, é você. O caminho para o pecado, para o abismo da paixão, para o inferno.
E o clima do inferno não me agrada, é quente demais por lá. E eu já vivo em brasas, a paixão que eu sinto por ti me queima demais.
Quero o paraíso, mas queria que você fosse comigo. Mas não é possível.
Então eu vou seguindo, seguindo por caminhos que eu nem sei quais são, mas eu vou...
No fim do caminho, queria te encontrar sorrindo, de braços abertos, me aguardando com aquele abraço tão terno, que eu já conheço e é eterno."
Meus sonhos, minha esperança, estavam abaladas, mas teu abraço me confortou e me conforta até agora, só de lembrar, começo a senti-lo, não como foi, mas uma leve sensação do que foi. Precisava provar do teu abraço de novo, pra sentir aquela sensação de novo, a sensação de conforto, de segurança. Foram poucos segundos que estive em teus braços, mas que foram os mais intensos e um dos mais lindos de toda a minha vida.
Poucos braços e abraços me fizeram ter a sensação de 'porto seguro'. O seu é assim, porto seguro, mas não estou segura. Não posso sentir isso por ti, não posso te querer assim, é errado, é pecado.
Por que não me declarei antes? Por que não disse o quanto te amava antes que você se casasse e fosse pai? Por que deixei você sair assim da minha vida sem nem sequer entrar de fato?
Te amei calada, sufoquei meu amor tão belo e tão sincero.
Mas sabe por quê? Porque eu sentia que não era recíproco. É, e eu sempre senti errado ou tão certo que doía e me entristecia.
E o que eu sentia era que você não me amava, me ignorava.
Mas agora você demonstra um interesse novo, um respeito, uma admiração e preocupação especiais por mim. Isso me alegra, e me amedronta. Não quero alimentar uma falsa esperança. Não quero despertar um amor que estava desacordado dentro da minha alma. Mas não adianta mais, não adianta falar baixinho que eu te amo, o amor, que estava desacordado, já despertou. E sabe quem foi o culpado? Aquele abraço...
Ah, eu poderia ter ficado ali pelo resto da minha vida.
Mas a consciência me lembrou: ele é casado, se afaste dele. Tudo bem que você não está fazendo nada demais, ele é seu amigo, apenas, só quer te apoiar nesse momento difícil, mas, levando em conta o que você tem aí dentro da alma - um grande amor por ele - é melhor que se afaste, antes que esse amor que você sentiu e ainda sente se acorde realmente e te tire a lucidez.
Então, eu me desvencilhei do seu abraço tão terno, deixei que ele se fizesse eterno em meu pensamento, em minha alma.
Sei que não te terei. E é por ter essa certeza que estou indo embora. Não quero mais te ver. Te ver só faz que eu te queira. E eu não posso te querer. Na verdade, eu queria morrer, morrer só pra não te querer, pra não cometer esse pecado, que é pensar em ti noite e dia.
Queria te esquecer...
Ah, eu queria...
Até pensei que tivesse esquecido. Mas aquele abraço acordou tudo que estava desacordado em mim: o amor, a paixão, a ilusão e a loucura.
Hoje, me vejo te amando, me vejo louca, sem rumo, o único caminho que vejo, ou que quero ver, é você. O caminho para o pecado, para o abismo da paixão, para o inferno.
E o clima do inferno não me agrada, é quente demais por lá. E eu já vivo em brasas, a paixão que eu sinto por ti me queima demais.
Quero o paraíso, mas queria que você fosse comigo. Mas não é possível.
Então eu vou seguindo, seguindo por caminhos que eu nem sei quais são, mas eu vou...
No fim do caminho, queria te encontrar sorrindo, de braços abertos, me aguardando com aquele abraço tão terno, que eu já conheço e é eterno."
E esses dizeres estava em uma folha de papel amassada em um lixeiro no quarto de Jane.
E era para Pedro.
Seu amor, seu amigo, sua salvação, sua perdição, sua ilusão, seu amor.
Ele nunca leria. Nunca saberia. Talvez sentiria. Talvez...
(Erica Ferro)