Nem quando veio ao mundo nem em sua estadia por ele. E essa foi a sua morte.
Reservada desde muito pequena, nunca revelava o que sentia, o que lhe incomodava ou doía. E isso foi o que a matou.
Pollyana, você não conseguia ver, mas eu sempre estava com você, bem ao seu lado, prestes a lhe estender a mão, a lhe envolver em um abraço. Mas você não me via... E isso me destruiu um pouco por dentro.
Por que sempre pra você foi tarefa árdua pedir socorro? Quem meteu-lhe na cabeça que admitir que não somos autossuficientes e que por vezes precisamos, sim, de ajuda é fraqueza? Não, Pollyana, isso não é e nunca foi fraqueza. Isso é ser humano.
Mas... você não pode mais me ouvir. Ou pode? Você pode me ouvir de onde está, Pollyana? Onde você está, Pollyana?
As lágrimas rolam impiedosas por minha face porque eu não posso mais ver você, tampouco ouvir a sua linda voz, que, por mais clichê que isso possa parecer, era música aos meus ouvidos.
Pollyana, por que não me deixou cuidar de você? Por que sequer disse ou demonstrou que sofria? Por que se mostrava tão forte quando na verdade era vulnerável, uma menininha assustada, necessitada de um ombro, de um abraço, de um afago? Por que, Pollyana?! Eu nunca vou entender por que você fez isso consigo mesma. Nunca vou entender por que se mostrava tão indiferente aos seus fantasmas. Olha o que eles fizeram contigo, minha amada! Mataram-na!
Ah, sinto-me esgotado! Estou estafado de tanta tristeza e dor!
Os jornais disseram que você tinha se suicidado, minha doce Polly. Não, você nunca poderia ter se suicidado. Não você, minha Polly, tão inteligente, centrada, cheia de planos, de ideias e ideais admiráveis. Não, eu só poderia crer que havia sido um acidente, um terrível acidente, até que encontrei os seus diários... Através deles descobri quem você realmente foi. Sensível, frágil, assustadoramente solitária.
Não te amei menos por conhecer as suas fraquezas, seus medos, por ter ficado cara a cara com os seus demônios. Te amei mais, Pollyana. Te amei porque finalmente soube que você não era a perfeição que demonstrava ser. Te amei porque te descobri humana. Pena que você nunca me viu, Pollyana... Eu que estive sempre ao seu lado.
Mais uma das ideias que surgem do nada e resultam em textos/contos terrivelmente depressivos e tristes. Curiosamente, gosto de dar asas à imaginação e produzir estórias assim. São dolorosas, mas podem, perfeitamente, serem reais. Podem e são reais.
(...)
Eh bien, sábado estive no Gurias Arretadas.
Para ler o meu post, é só clicar aqui.
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Um abraço da @ericona,
a desvairada.
Hasta la vista!