Esses dias, enquanto lia alguns blogs, pude perceber que alguns blogueiros gostam de se repetir em seus posts.
Não sei se a palavra certa seria gostam de postar sobre um mesmo tema ou necessitam postar sobre um só tema continuamente. Uns adoram postar sobre sentimentos; outros, sobre o mundo musical/literário/cinematográfico; uns adoram reclamar sobre os mais variados temas; outros, adoram reclamar dos que reclamam sobre os mais variados temas. A blogosfera é muito divertida.
Eu, por exemplo, posto frequentemente sobre coisas relacionadas à amor, dor, solidão, desencontro, revoltas contra mim mesma e/ou contra o mundo. Quando fui adicionar marcadores às minhas postagens, percebi que o meu blog não tem quase nada além desses assuntos (o que, aliás, durou quase uma hora devido às muitas postagens que já fiz aqui no Sacudindo Palavras). Fiquei pensando: "Será que eu não tenho nada a dizer/mostrar que não seja sentimentos?". Há pouco comecei a falar sobre livros aqui, o que variou um pouco os assuntos, porém ainda não postei muitas coisas sobre o universo literário, o que faz com que os posts sentimentais ainda sejam a maioria no blog.
Confesso que, ao reler alguns posts, eu fiquei morrendo de vergonha, me perguntando o que tinha dado na minha cabeça pra postar aquelas linhas sôfregas e sentimentais demais. A vontade de excluir tais posts foi (e acho que ainda é) enorme, talvez até de excluir o blog. Entretanto, é interessante reler posts antigos e ver como eu me sentia há um certo tempo. É essa uma das partes boas de se ter um blog: vasculhar os arquivos, reler o que escrevemos e analisar se evoluímos de alguma forma; e, se sim, o quanto.
Não posso dizer que evoluí tanto quanto gostaria. Ainda me acovardo em situações nas quais eu não deveria me acovardar. Ainda sinto medo do desconhecido e, por vezes, prefiro não tentar coisas novas por receio de me magoar e de criar novos traumas. Ainda me apaixono platonicamente e, ao que parece, gosto de um sofrimento amoroso inútil.
Porém, aos poucos, estou largando a covardia, o medo e aprendendo a andar pela estrada da vida com passos mais firmes, o olhar mais fixo nos meus objetivos e a cabeça erguida. Aos poucos, eu tenho aprendido a viver, e sei que continuarei aprendendo até o meu último suspiro. Afinal, por mais que nos instruamos, sempre careceremos de mais conhecimentos e, principalmente, de sabedoria. A vida é vasta demais, e eu sei que jamais alguém vai viver tudo o que se há pra viver. Acho que essa é a agonia de muitos: olham pra vida, veem toda essa imensidão, se perdem no meio de tantas possibilidades e caminhos, que acabam parados, sem saber o que experimentar/vivenciar primeiro, sem se decidir pra qual lado ir. É, amigo, saber viver é difícil. Não há um manual do tipo "Como viver". Temos que aprender isso sozinhos, da melhor maneira que pudermos.
Eu sou do tipo que não aprecia "pessoas com mania professoral", do tipo que pensa que nasceu bom demais em relação ao resto do universo, que acha que é excepcional em todas as atividades dessa vida e se sente totalmente apto a ensinar sobre todas as coisas da existência ao resto do mundo.
Eu nasci com essa mania de querer pagar pra ver. Eu não me conformo se me disserem que algo é assim ou assado. Eu preciso conferir por mim mesma. Não creio que isso seja um defeito, mas também não afirmo que isso seja uma qualidade. É apenas uma marcante característica minha.
Estou viva e estou pagando pra ver. Estou vivendo e, aos poucos, entendendo um pouco dessa coisa complexa que é a vida. Não é fácil, não é fácil, mas não podemos desistir de tentar entender (ainda que minimamente) tudo isso. É essencial que continuemos provando do colossal cardápio da vida.
Erica Ferro
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Estava precisando devanear um pouco. Espero que o post não tenha ficado muito desconexo e que vocês compreendam (nem que seja um pouco) o que eu quis dizer.
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