"Nunca, nunca, nunca, nunca
Fuja, finja, fale que eu não disse
Baby, baby, baby, baby
Vamos ser sinceros, come on baby!"
Acredito que seja impossível
passar pela vida sem se magoar ou magoar alguém. É, definitivamente é inviável
atravessar o mar da vida e chegar a outra margem intacto. De um modo ou outro,
nos magoamos. Não só nos magoamos, como também magoamos os outros. Faz parte da
nossa natureza imperfeita. Não há como nos livrar dessa nossa característica
ferina. Porém, o que é verdadeiramente inaceitável é sofrer calado. É ser
ferido e ficar chorando no canto, calado, com a dor engasgada na garganta.
Mas não, não se julgue
covarde, apenas comedido em seus atos e suas palavras. Não é a toa que creio
que há poucas pessoas que parem para refletir sobre suas próprias atitudes
antes de apontar o bedelho nas fuças do outro. Porque, afinal, vivemos em pleno
“júri popular” cotidianamente, onde se procura culpados e nós – o lado frágil
-, no mínimo, seremos as vítimas.
Sabe quando você se entende
perfeitamente com alguém e, num dia qualquer, esse alguém profere uma palavra
de modo descuidado, ou faz algo que nos atinge de uma maneira negativa? Pronto,
parece que grande parte do encanto se desfaz e, subitamente, aquela relação,
antes harmoniosa, se torna tensa e “cheia de dedos”. Você se sente magoado, se
sente triste, porque, mesmo sem saber se houve ou não a atenção de te deixar
pra baixo, deixou e você não consegue simplesmente deixar pra lá. Você se sente
sufocado e, numa bela manhã, resolve explodir e despejar tudo ao tal alguém. E
aí, amigo, as coisas podem ficar verdadeiramente feias.
Exagero? Não. Sensibilidade à
flor da pele? Talvez. É custoso manter um diálogo quando tudo já veio por terra
abaixo. Provavelmente, a parte magoada melindre e a outra se sinta acuada,
porque nem sabe o que cometeu. E aqui vejo onde mora o erro – as pessoas têm
medo de chatear umas às outras com a verdade quando se sentem incomodadas e ao
acumular esse rancor dito “bobo”, pode nos trair por dispará-la num momento
inoportuno.
E é totalmente possível magoar
alguém, e nem ao menos se dar conta disso. Como dizem alguns: “Eu sou
responsável pelo que digo, não pelo que os outros interpretam...”. Porém,
quando a parte magoada abre o seu coração, ela espera que a outra, a que
magoou, tente entender seus sentimentos, mesmo que eles sejam meio loucos, meio
exacerbados. Não somos responsáveis pelas interpretações alheias, mas podemos
analisar nossas palavras, estudar, de forma honesta, se elas não dão mesmo
margem a uma interpretação equivocada. Porque, dessa maneira, evitamos tantos
desentendimentos, tantas picuinhas sem importância.
Confesso com todas as letras: sou
sentimentalóide assumida. Tenho medo de ferir os outros com minhas palavras e,
se porventura, firo o outro com o que falo ou pela maneira como ajo, dou logo
um jeito de engolir o orgulho e tentar entender seus motivos. Porque quando sou
eu o lado atingido, sei como é. Às vezes, esses mesmos motivos parecem não ter
pé, nem cabeça. Mas sinto-me incomodada por ter causado tamanha confusão por
“nada”. Pois esse “nada” é sempre “tudo” pra alguém. Acredito que o sentimento
mais humano talvez não seja o amor e, sim, a empatia – um pedacinho de amor e
respeito. Pra que nos faça entender e acolher o outro. E o equilíbrio é o motor
pra todo bom relacionamento.
Bárbara Farias & Erica Ferro
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Eu já disse que estou achando enormemente lindo essa coisa de blogar frequentemente? Disse, não é? Pois é, estou mesmo.Ah, e esse post é especial! Por quê? Porque é sobre um tema que há muito queria falar e porque é em parceria. Há eras que não postava nada em parceria aqui no Sacudindo Palavras. Que gostoso é escrever assim, em dupla, sobre um tema que ambas queríamos falar!Tudo bem que a nossa maior inspiração foi um post que fiz hoje no Facebook. Gostei bastante do nosso texto, Babizoca. Adoro-te um tantão, viu? Adoro o seu lado coração e me encanto por muitas das suas ideias e ideais.(...)E vocês, pessoas que leem o Sacudindo Palavras? Apreciariam o texto? O que têm a dizer sobre ele?Um abraço da @ericona.Hasta la vista!