30/07/13

Muito além do peso


Muito além do peso, documentário dirigido por Estela Renner e produzido por Maria Farinha Filmes, tem como foco a obesidade infantil no Brasil. O documentário apresenta uma porcentagem alarmante: 33% das crianças brasileiras estão com sobrepeso, ou até mesmo obesas. Em decorrência da obesidade, essas crianças são portadores de doenças como diabetes, hipertensão, disfunções cardíacas, entre outros problemas de saúde. 
Com o decorrer dos minutos, o espectador conhece vários exemplos de crianças obesas, de todos os cantos do Brasil e todas as camadas sociais, e é convidado a refletir sobre o que as levou a essa situação. Chega-se, rapidamente, ao motivo: má alimentação e sedentarismo. Porém, o mais difícil é responder com clareza e certeza de quem é a culpa dessa realidade preocupante.
De quem é a culpa dessas crianças consumirem tantos alimentos prejudiciais à saúde? Das grandes redes alimentícias, que primam por propagandas abusivas e mal-intencionadas, a exemplo de quando atrelam brinquedos à alimentos não-saudáveis, induzindo crianças, que não têm conhecimento e discernimento de que o alimento a ser ingerido não é saudável, a pedirem, incessantemente, aos pais que as leve onde comercializam esse tipo de produtos? Dos pais, que, em momentos como esse anteriormente citado, deveriam dizer não aos seus filhos e lhes apresentar uma alimentação verdadeiramente saudável? E quanto ao sedentarismo, o Estado tem proporcionado centros de esporte e lazer para a população?
No documentário, se vê a falta de conhecimento dos próprios pais com relação ao que de fato contém nos alimentos que são consumidos em suas casas. Muitos dos pais e crianças entrevistados em Muito além do peso se chocaram ao saber que, em uma simples latinha de refrigerante, há seis sachês de açúcares. Nota-se, pois, que há uma real e urgente necessidade de uma educação alimentar direcionada para a sociedade de um modo geral, porque, bem como pontuou um dos entrevistados do documentário, comer é algo que o ser humano faz sempre, desde que nasce; então é fundamental que esse ser humano saiba o que está ingerindo, para que ele possa se conscientizar e, se necessário, mudar sua alimentação.
Educação alimentar deve compor a grade curricular das escolas, principalmente das séries do ensino fundamental. Se desde a mais tenra infância a criança tiver o contato e conhecimento com alimentos saudáveis, que as proporcionem uma melhor qualidade de vida, as livrando de diversas doenças, maiores são as chances de ela vir a ser um adulto que cultive e dissemine hábitos alimentares saudáveis. A combinação de uma educação alimentar e física resultaria em futuros adultos encaixados num peso considerado normal e, consequentemente, mais saudáveis, tanto pela correta alimentação como pelo hábito de se exercitar fisicamente. E, sem dúvida, também contribuiria para o paulatino extermínio dessa cultura que vivenciamos hoje, voltada ao consumo desenfreado de determinados produtos muitas vezes inúteis, mas, sobretudo, extremamente prejudiciais a quem quer uma vida saudável.
Muito além do peso é um documentário que deve ser visto por todos os públicos, desde crianças a idosos, pois provoca uma reflexão essencial acerca da alimentação vigente e o quanto ela deve ser revista, e/ou até mesmo abolida.

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O documentário está disponível no YouTube:

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Cliquem aqui para ter acesso ao site do documentário e, certamente, a detalhes sobre o mesmo.
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Olá, pessoal! Tudo bem? Eu estou muito bem! Final de semestre, sabe? Com a sensação de dever cumprido, e bem cumprido, mas já com saudade dos professores desse período e de tudo que vivenciamos até agora. Mas tudo bem... é assim mesmo. Semestre que vem tem novas emoções (risos). Bem, essa resenha crítica foi um exercício para a disciplina de Língua Portuguesa. O documentário foi rodado em sala de aula e fizemos a resenha em casa. Como eu não consegui me ater a certos detalhes na sala de aula, tive que baixar o documentário e revê-lo para fazer uma resenha melhor. Por que eu postei essa resenha aqui? Pelo simples motivo de que é algo que deve ser visto por todo mundo. Nós comemos mal, essa é a verdade. Quer dizer, eu tenho me alimentado melhor de uns quatro meses pra cá. Tenho ingerido comidas mais saudáveis, dando preferência aos alimentos integrais, às frutas, às verdeiras e legumes. Quero que assistam o documentário e parem pra refletir sobre o que vocês vêm comendo e, se possível, mudem os hábitos. Quanto antes nos dermos conta do mal que fazemos a nós mesmos ingerindo bobagens (fast-foods, produtos industrializados, etc), mais rápido podemos corrigir tais erros e darmos uma guinada na nossa qualidade de vida. (...) Creio que agora terei muito mais tempo pra postar aqui no blog. Terei mais tempo de ler meus livros queridos. Terei mais tempo de assistir seriados. Terei mais tempo de nadar. Ah, que delícia! (...) Farei o pedido que sempre faço: curtam a fan page do blog e sigam no Twitter. (...) Um abraço da @ericona. Hasta la vista!

14/07/13

Porque eu quero um mundo melhor!


Pode parecer bobagem para muitos, mas, para mim, o que aconteceu há uma semana foi algo fantástico e muito gratificante. Eu deveria ter escrito e postado o relato do tal acontecimento antes, bem antes. No dia do acontecido, talvez. Porém, eu estava tão eufórica, tão ensandecida de alegria, que eu não tive como escrever algo decente, com nexo. E, claro, a velha procrastinação, como sempre, ajuda imensamente a adiar as coisas. Contudo, acho que foi a falta de tempo que me fez protelar o post. Mentira, foi a procrastinação mesmo. Ultimamente venho tendo umas ideias bem bacanas pra posts, mas, sei lá por que, elas têm ficado apenas no campo das ideias. Será que perdi o jeito de blogar? Hum, será? 
Sem mais enrolações, contarei a coisa fantástica que aconteceu no fim de semana passado. Sábado, dia 6, era o meu dia de postar no Gurias Arretadas. Passei a maior parte do dia pensando no que eu deveria postar. Lembrei, então, de dois vídeos emocionantes que tinha visto durante a semana, que me fizeram chorar e recordar da minha própria vida. Dois vídeos inspiradores, extremamente bem produzidos, com protagonistas especialíssimos e um enredo de arrancar sorrisos, lágrimas, suspiros e causar cócegas no coração. No momento que recordei dos vídeos, cheguei a conclusão que deveria escrever sobre um tema delicado, mas falar dele se tornou essencial e eu precisava mesmo fazer naquele dia, usando aqueles vídeos pra ilustrar. O tema do post que eu fiz no Gurias Arretadas? Deficiência. Eu não quero falar do post aqui, porque senão vocês não vão lê-lo na íntegra. Digo apenas que alguns de vocês vão se surpreender, se emocionar e descobrir coisas que até então não sabiam sobre mim. Prometem que vão ler? Cliquem aqui e leiam o post. Depois de lerem, voltem aqui e leiam o restante do post. 
(...)
E então, leram? Leram mesmo? Pois muito bem, depois que escrevi esse post, pensei "Cara, eu não posso deixar esse texto apenas no Gurias Arretadas. Eu não quero que só os meus amigos leiam. Eu quero que esse texto circule pelo mundo.". E vocês entenderam o porquê, pois leram o texto, certo? Pensei, então, que deveria mandar para alguém famoso, sobretudo, alguém bacana, que eu saberia que leria e compartilharia meu texto, mesmo porque eu tinha noção do poder do texto, da mensagem importante que contém nele. Mandei para duas pessoas que eu achei que iriam gostar e possivelmente compartilharam nas suas fan pages. Confesso que enviei sem muita esperança de ser respondida, porque as pessoas para quem enviei o texto são bem assediadas, digamos assim. A primeira resposta veio da pessoa menos famosa e a que eu acharia que postaria meu texto, porque (a) possivelmente é a que menos recebe mensagem, se comparada a outra pessoa para qual também enviei o texto, (b) porque a tal pessoa já tinha postado algo na página dele sobre Deficiência e tal. Infelizmente, a tal pessoa disse que o texto era lindo e iria ver o que podia fazer. Não publicou o meu texto na fan page. Não disseminou a mensagem que eu tanto gostaria que fosse disseminada. Não a admirei menos, porque creio que as pessoas não são obrigadas a corresponder às nossas expectativas. Como a pessoa é dona de um canal no YouTube e tem alguns patrocinadores, pode ser que as postagens sejam meio que reguladas. Sei lá. Eu arrumei umas desculpas bonitas para a tal pessoa não ter postado o texto na fan page dela. Porque a pessoa é linda, é engraçada e eu não quero perder a admiração por ela. 
Mas, caramba, velho, a segunda pessoa para quem eu mandei, a mais famosa das duas, a que eu menos achei que iria ler, porque deve receber uma porrada de mensagens todos os dias, foi a que respondeu, elogiou o texto e disse que iria compartilhar em sua fan page. Tipo, eu fiquei chocada. Pensei "Woooooooow! Como assim, o Fábio Porchat me respondeu? Ele disse que eu escrevo bem? Ele disse que foi uma das mensagens mais lindas que ele já leu? É isso mesmo? Ele disse que vai compartilhar? A sementinha anti-discriminação será compartilhada para mais de 180 mil pessoas? Fantástico! Espetacular! Maravilhoso!". Acho que eu não só pensei, eu devo ter falado também, porque nessas horas eu me emociono e fico meio que "wooooooow, estou loucamente emocionada, pessoal!". Sim, foi o Fábio Porchat que me respondeu! Sim, sim, sim, foi o lindo e fofo do Fábio Porchat que compartilhou o meu texto! Agradeci muito ao Fábio, porque, caramba, era um texto que precisava ser compartilhado, para que as pessoas pudessem descartar alguns pensamentos prontos sobre Deficiência e entender como funciona na prática a coisa de ser deficiente. E, sim, continuo não contando detalhes porque acredito que quem chegou aqui nessa parte desse texto, foi porque leu o do Gurias Arretadas e já está por dentro da parada (risos maléficos).
Eu já acompanhava o Fábio Porchat pelo canal Porta Dos Fundos e, com o tempo, eu fui criando uma empatia tão grande por ele, um carinho enorme, uma admiração bonita, sabem? Eu não sei se sou meio bruxa (fisicamente há quem diga que eu sou - sofro bullying por ser feia, sociedade... a coisa não é fácil.), mas eu sinto quando as pessoas são boas, quando tem um coração bom. Raramente me engano sobre alguém. E é louco achar que alguém é gente boa, que tem um coração lindo só porque viu alguns vídeos dele e umas entrevistas. Mas, caramba, se uma pessoa é boa, quando a vejo, seja através de um vídeo ou pessoalmente, sinto algo diferente, através do olhar da pessoa, de um trejeito, de um sorriso, e sinto uma incrível sensação de felicidade. É como se meu coração fosse acarinhado. E é isso que eu sinto quando vejo o Porchat. Depois que ele postou meu texto, eu concluí, genialmente, "Bicho, esse cara é mesmo o cara!". Com tantos compromissos, dá uma atenção danada aos fãs, com a ajuda da mãe, ok, mas mesmo assim é algo nobre. Porque a maioria dos artistas não tem essa preocupação, esse olhar para o anônimo que o admira e manda trocentas mensagens etc. Aliás, eu nunca faria isso de mandar trocentas mensagens para uma pessoa famosa, só para ter uns minutos da atenção dela. É coisa de louco. E louca eu não sou. Dizem por aí que eu sou meio louca, mas eu nego. Sou muito sã. Tão sã, que às vezes dói. Ser sã é louco, muito louco, porque a vida é muito louca e isso endoidece tudo, entendem? Okay, comecei a devanear. Corta essa parte, produção. Opa, não tem produção e eu estou com preguiça de cortar essa parte do texto. Fica assim mesmo.
Para finalizar, quero que vejam o compartilhamento do Porchat. E, puxa vida, gostaria que esse texto se espalhasse por aí, ganhasse o mundo, o universo! E quem leu, sabe o porquê digo isso. Então eu os convido a compartilhá-lo no Twitter, no Facebook, no Blogger, em cartazes pelas ruas da cidade, em rádios, na televisão. Disseminem o texto, porque tenho certeza que ele pode colocar muitas cabecinhas cheias de conceitos equivocados pra repensarem tais conceitos e, assim, reformularem suas ideias e possibilitar novas ações mais saudáveis e justas. Porque eu quero um mundo melhor pra mim, pra vocês e pras futuras gerações.

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Viram que a minha querida Ana Seerig deu sua contribuição para a coluna Outros sacudidores?
Well, é isso. Fico por aqui. Volto quando menos esperarem.
Curtam a fan page do Sacudindo Palavras e sigam o blog no Twitter.
Um abraço da @ericona.
Hasta la vista!


10/07/13

Quanto tempo o tempo tem

Ao que parece, antes de postar o texto eu tenho que me apresentar. Bueno, meu nome é Ana Seerig e, quem acompanha a Erica, em algum momento da vida deve ter lido meu nome - ou lerá, pelo simples fato de que há anos que nos aturamos (no sentido exato da palavra) virtualmente. Além do fato de que nós duas participamos do mesmo blog coletivo: o Gurias Arretadas. Meu blog é o Alguma Coisa a Mais Pra Ti Ler, mas no momento ele está meio abandonado. Não me julguem, é por uma boa causa. Estou passando o ano de 2013 na Alemanha como au pair e estou registrando tudo que se passa por aqui num outro blog, o Blogário de Au Pair pra não ter que ficar contando as mesmas histórias mil vezes. Enfim, vamos ao meu texto, que fala justamente sobre estar desse lado do mundo. 

Sempre fui apegada ao tempo e isso, por vezes, é enlouquecedor. Faço média de páginas a serem lidas para que eu termine um livro em certo número de dias; olho atenta quantos minutos de jogo restam; me organizo para levantar e sair no horário certo; sempre tento estar adiantada, em caso de algum imprevisto. Desde meus 10 anos tenho um relógio no pulso e quando eu o tiro é possível ver uma incrível faixa branca no meu pulso. Mesmo olhando muitas vezes as horas no celular, ficar sem um relógio no pulso me angustia. 

Mas minha cabeça trabalha mais quando o tempo não é minutos nem horas, é dia, mês ou estação do ano. Cá estou do outro lado do mundo há seis meses. Em julho passado, nem sonhava com isso. Em agosto passado fui convidada pra ser au pair na Alemanha, em meses fui organizando tudo e, quanto mais próximo estava o dia da partida, mais eu duvidava. 

Quando cheguei, tanta informação nova! Língua, comunicação, trabalho, ruas, caminhos. Cada dia demorava a passar. Então, num piscar de olhos, foi-se meio ano! Se no Brasil já percebemos que depois de junho o fim do ano chega rápido, tenho certeza que aqui também será. De repente vou acordar, ver a minha estante de livros e em vez de falar “Morgen!” as pessoas me dirão “Bom dia!”. 

Aliás, o que será que eu estarei fazendo em julho de ano que vem? Enlouquecendo com o final do semestre da faculdade, possivelmente. Talvez esteja acontecendo algo que eu não imaginava. É quase certo. E aí eu vou pensar em 2013 e me perguntar: “Sério que eu passei um ano na Alemanha?”. E daqui dez anos? Será que um dia eu volto pra esse lado do mundo? 

E dez anos atrás? Isso de conviver com crianças me surpreende todo dia com uma lembrança que eu praticamente tinha esquecido. E comparar a infância daqui, de hoje, com a minha infância brasileira, anos atrás é interessante. Parece mais perto do que os últimos anos. Aqueles problemas que me angustiavam tanto parecem ter sido só um sonho ruim. Tento lembrar o que estava acontecendo nesse mesmo dia no ano passado. O que me preocupava? O que acontecia ao redor? O que eu tinha que fazer no trabalho? E na faculdade? 

Ah, maldito tempo! Esse apego a ele me faz enlouquecer lentamente com essas perguntas intermináveis sobre o que foi e o que pode vir a ser. E nem cheguei ao que poderia ter sido... E se eu não tivesse vindo? Melhor nem pensar. De um jeito ou de outro, acho que acabaria em arrependimento.

Eu nem ia falar na música, já que em si ela não tem nenhuma relação com o texto, mas eu não consigo não falar de música, especialmente sendo uma banda gaúcha. A verdade é que sempre que começo a enlouquecer me fazendo essas e outras perguntas sobre o tempo, eu lembro do verso "Tempo, tempo, tempo da minha cabeça, tempo, tempo, tempo desapareça" da música Pequeno Grande Amor, do Papas da Língua. Seria bom se ele desaparecesse, hein?